A aprendizagem é condicionada, de um lado, pelas possibilidades do aluno, que englobam tanto os níveis de organização do pensamento como os conhecimentos e experiências prévias, e, de outro, pela interação com os outros agentes (SEF, 1997, FREIRE, 1996, MULLER, 2002; FONSECA, 2016). O processo de aquisição do conhecimento pode ocorrer pela educação formal, informal e não formal.
Na educação formal, entre outros objetivos destacam-se os relativos ao ensino e aprendizagem de conteúdos historicamente sistematizados, normatizados por leis, dentre os quais destacam-se o de formar o indivíduo como um cidadão ativo, desenvolver habilidades e competências várias, desenvolver a criatividade, percepção, motricidade etc. A educação informal socializa os indivíduos, desenvolve hábitos, atitudes, comportamentos, modos de pensar e de se expressar no uso da linguagem, segundo valores e crenças de grupos que se frequenta ou que pertence por herança, desde o nascimento Trata-se do processo de socialização dos indivíduos. A educação não- formal capacita os indivíduos a se tornarem cidadãos do mundo, no mundo. Sua finalidade é abrir janelas de conhecimento sobre o mundo que circunda os indivíduos e suas relações sociais. Seus objetivos não são dados a priori, eles se constroem no processo interativo, gerando um processo educativo. (GOHN, 2006, p. 29).
Há dois tipos de ambientes não formais: os espaços institucionalizados, que dispõe de planejamento, estrutura física e monitores qualificados para a prática educativa dentro deste espaço, como por exemplo: os museus, parques, centros de ciências, planetários, institutos de pesquisa, aquários, zoológicos, dentre outros; e os espaços não institucionalizados (naturais ou urbanos) que não dispõe de uma estrutura preparada para este fim, como por exemplo: parques, casas, ruas, cinemas, praças, rios, campos de futebol, contudo bem planejado e utilizado, poderá se tornar um espaço educativo de construção científica (GADOTTI, 2005; JACOBUCCI, 2008).
A educação não-formal é mais disseminada, menos hierárquica e menos burocrática. Os planejamentos de educação não-formal não precisam necessariamente seguir um sistema seriado e ordenado de “progressão”, tendo duração variável, e podem, ou não, conferir certificados de aprendizagem (GADOTTI, 2005).
“Nessas aulas, a questão metodológica, a abordagem dos temas e conteúdos científicos apresentados por meio de diferentes recursos, e as estratégias e dinâmicas, podem contribuir para o aprendizado” (VIEIRA, BIANCONI E DIAS, 2005, p.23).
Se tivesse claro para nós que foi aprendendo que percebemos ser possível ensinar, teríamos entendido com facilidade a importância das experiências informais nas ruas, nas praças, no trabalho, nas salas de aula das escolas nos pátios dos recreios, em que variados gestos de alunos, de pessoal administrativo, de pessoal docente se cruzam cheios de significação. Há uma natureza testemunhal nos espaços tão lamentavelmente relegados das escolas. (FREIRE, 1996, p.19).
Os espaços têm muito a contribuir com as atividades realizadas em sala de aula, visto que cabe ao professor adaptar as visitas com o propósito de suas aulas. Conforme suas possibilidades, cada um na realidade na qual está inserido, mas sempre tentando e fazendo o melhor para os alunos, desenvolvendo sempre por um ensino ativo (FEREIRA et al. 2017).
A ausência de um roteiro pode transformar a prática educativa em meros momentos de passeio e entretenimento, como também, pode expressar o distanciamento da escola com o espaço não formal sendo prejudicial tanto para a escola, pois o professor perderia a oportunidade de usar esses espaços como uma estratégia de melhoria do ensino, quanto para o espaço não formal, pois este, na ausência da escola, não alcançaria uma educação científica (ROCHA e TERÁN, 2010).